De um lado uma mãe preocupada com o incômodo que sua filha pequena pode causar num voo. Do outro, a sociedade excluindo crianças para evitar incômodo aos adultos. É polêmico! E tudo bem discordarmos.
Tenho duas filhas pequenas, uma delas com TDAH e jamais vou aceitar normalizarem adultos cheios de cabelo no rabo que não sabem lidar com as próprias frustrações. Não é a criança ou o que a criança faz, mas a forma como um adulto (reitero) se porta diante de uma frustração.
Desde o episódio da jenifer todas as mães ficam em pânico com qq possibilidade de incomodar. Ficamos com o relógio da mão em contagem regressiva…. As vezes queria ir mais pra casa, mas só de imaginar em passar por uma viagem dessa sozinha com o bebê, eu desisto.
Discordo da forma como determinados espaços têm sido "higienizados" para excluir a presença de crianças, como se elas fossem uma espécie de incômodo social a ser isolado. É triste perceber que estamos mais dispostos a criar áreas childfree do que a discutir, com maturidade, o que de fato representa um problema sério na convivência social. Crianças não são o problema — são parte da sociedade, estão em fase de desenvolvimento e aprendizado. A exclusão delas de ambientes públicos revela muito mais sobre nossa intolerância e falta de empatia do que sobre qualquer necessidade real de silêncio ou ordem.
Meu filho, por exemplo, não pode ser responsabilizado por viver num mundo que o proíbe de ser criança. Ele é alegre, curioso, e como toda criança, às vezes faz barulho, chora, se expressa. E tudo isso é natural. Muito mais preocupante, a meu ver, são os comportamentos de adultos que, mesmo plenamente conscientes, agem com desrespeito, preconceito e egoísmo — mas esses raramente são barrados na entrada de algum lugar.
Se queremos uma sociedade mais justa e acolhedora, precisamos rever nossas prioridades. Criança não é incômodo — é parte da vida. Incomodar, muitas vezes, é não saber mais lidar com isso.
Tenho duas filhas pequenas, uma delas com TDAH e jamais vou aceitar normalizarem adultos cheios de cabelo no rabo que não sabem lidar com as próprias frustrações. Não é a criança ou o que a criança faz, mas a forma como um adulto (reitero) se porta diante de uma frustração.
Muito me tranquiliza saber que somos muitos que não normalizaremos! Obrigada por ler e comentar!
Achei ótimo o texto! É verdadeiro, sensível e faz pensar.
Desde o episódio da jenifer todas as mães ficam em pânico com qq possibilidade de incomodar. Ficamos com o relógio da mão em contagem regressiva…. As vezes queria ir mais pra casa, mas só de imaginar em passar por uma viagem dessa sozinha com o bebê, eu desisto.
Discordo da forma como determinados espaços têm sido "higienizados" para excluir a presença de crianças, como se elas fossem uma espécie de incômodo social a ser isolado. É triste perceber que estamos mais dispostos a criar áreas childfree do que a discutir, com maturidade, o que de fato representa um problema sério na convivência social. Crianças não são o problema — são parte da sociedade, estão em fase de desenvolvimento e aprendizado. A exclusão delas de ambientes públicos revela muito mais sobre nossa intolerância e falta de empatia do que sobre qualquer necessidade real de silêncio ou ordem.
Meu filho, por exemplo, não pode ser responsabilizado por viver num mundo que o proíbe de ser criança. Ele é alegre, curioso, e como toda criança, às vezes faz barulho, chora, se expressa. E tudo isso é natural. Muito mais preocupante, a meu ver, são os comportamentos de adultos que, mesmo plenamente conscientes, agem com desrespeito, preconceito e egoísmo — mas esses raramente são barrados na entrada de algum lugar.
Se queremos uma sociedade mais justa e acolhedora, precisamos rever nossas prioridades. Criança não é incômodo — é parte da vida. Incomodar, muitas vezes, é não saber mais lidar com isso.